quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Auf wiedersehen

Queridos amigos: está chegando a hora. 2010 está batendo na porta e eu fiquei enrolando até o último minuto para escrever este texto - o último post deste blog. Faz um mês que eu voltei. Meus últimos dias na Alemanha foram ótimos. Teve direito a bolo com pedaço extra em uma cafeteria, conversa de 3 minutos com a senhora que fechou minha conta no banco, muitas cervejas com meus colegas alemães do último apê, desconhecidos oferecendo ajuda com a malas no trem e no aeroporto e, claro, muitas despedidas de amigos que tornaram meus dias na Alemanha memoráveis.

A volta teve seus traumas de primeiras semanas. É diferente vir de férias e voltar de vez. Nas férias, só se presta atenção nas coisas boas. Na volta, a agitação interna predomina. O legal é que eu não fui atropelada atravessando a faixa de segurança como pedestre e consegui superar os primeiros dias de português esquisito. Além disso, sinto que a cada semana o intervalo entre uma crise e outra de me sentir deslocada vai aumentando e a intensidade de cada uma reduzindo.

Também dei uma repassada nas minhas fotos. Desde aquelas dos primeiros meses até hoje. Os 28 anos em fotografia. Terminei com uma sensação muito boa de estar vivendo a vida de acordo com meus valores, realizando alguns sonhos e na maior parte das vezes dando conta de fazer uma bela limonada dos limões do caminho.

Por último queria compartilhar um trecho excelente do livro que estou lendo agora: "A journey, after all, neither begins in the instant we set out, nor ends when we have reached our doorstep once again. It starts much earlier and is really never over, because the film of memory continues running on inside of us long after we have come to a physical standstill. Indeed, there exists something like a contagion of travel, and the disease is essentially incurable" (Ryszard Kapuscinki - Travels with Herodotus)

Abraços e até a próxima.
Auf wiedersehen

domingo, 22 de novembro de 2009

De volta ao mundo

Sobrevivi! Essa é a sensação de ter terminado a tese. Parece que emergi de um buraco onde não havia fim de semana nem dia sem preocupação de não estar trabalhando. Nem lembro qual foi a última vez em que me senti assim tão livre. As férias do ano passado no Brasil foram acompanhadas de um paper. Por isso acho que o último descanso verdadeiro foi em marco de 2008.

Desta vez faz 3 ou 4 dias que só aproveito. Tirei foto na minha tenda de sucos favorita e no café ao lado da universidade. Fui comer comida tailandesa. Tomei cerveja no pub irlandês. Nadei. Dormi na sexta até às 12.30. Fui em uma festa fantasiada de Chapolin Colorado. Assisti TV. Respondi e-mails. E no meio de tudo isso o mais importante mesmo foi desfrutar da companhia dos amigos.

O tempo tem me presenteado. De repente o frio foi embora e a temperatura voltou a parecer de primavera. Incrível! Eu sei que isso não é um bom sinal climático, mas confesso que foi uma alegria poder sair sem luva na rua nos últimos dias, curtindo um tempo agradável. Esse tempo deve permanecer mais ou menos até eu ir embora.

Aproveito para dividir com vocês uma foto da minha formatura. Este foi com certeza o momento mais significativo do último mês. Uma cerimônia que aconteceu no porão reformado da faculdade (o Peterhofkeller).

Nos próximos dias eu vou tentar postar um pouco mais das minhas últimas impressões de Freiburg e da Alemanha.

domingo, 15 de novembro de 2009

Mais quatro dias...

Já podia começar a contar em horas quanto tempo falta para eu entregar a tese. Vamos em frente! Notícias depois de quinta.

domingo, 25 de outubro de 2009

Antes e depois

A vida na Alemanha já me ensinou bastante. A última novidade é sobre como encerrar a vida no exterior enquanto se termina uma tese. Encerramento que para um morador de uma casa de estudante em Freiburg inclui se livrar dos móveis e pintar o quarto.

Depois de uma semana de pesadelo com a parede vermelha, herança de uma amiga chilena que morou antes aqui, tomei coragem neste sábado para encarar o trabalho. Foram 6 horas pintando e depois 1 hora limpando para tirar o vermelho da parede comprida e de mais um pedaço de parede acima da porta. Não ficou uma brastemp, como diríamos inspirados no antigo comercial de TV, mas foi o melhor que eu pude fazer. O saldo do dia foram uma bolha no dedo, um corpo exausto e uma ex-parede vermelha. Acho que agora já posso colocar no meu currículo: "também pintora nas horas vagas".

De resto, ainda falta eu ver como tiro a cama do quarto. Os outros móveis já tem dono, mas a cama insiste em ficar. Infelizmente por aqui não tem frete, nem pintor dando sopa como no Brasil para dar uma mãozinha e levar a cama até o pavilhao de reciclagem. Enquanto nao resolvo o impasse, sigo com a tese nas outras horas, que de vagas não tem nada. Seguem as fotos para quem acompanhou a saga da parede vermelha.

sábado, 17 de outubro de 2009

Bicicleta e questao de gênero

Interessante matéria da Scientific American relacionando a questão de gênero com o uso de bicicleta. Realmente, eu prefiro pegar um caminho mais longo por uma rua tranquila do que ir por uma avenida tumultuada sem infraestrutura adequada para bicicleta.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na contramão do mundo

Enquanto o mundo vai em direcao à economia de baixo carbono, a ministra Dilma Russef segue a passos largos na contramão. Veja notícia do Estadao online hoje.

Fico impressionada como uma visão absolutamente distorcida de desenvolvimento pode ser ainda tão forte no Brasil.

Uma sociedade saudável

Em seu livro Desenvolvimento na Escala Humana, Max-Neef fala que para alcançarmos uma sociedade saudável, desenvolvimento social e pessoal precisam ser igualmente considerados. Ele diz:

"In fact, there are many models that postpone social development in the name of consumer sovereignty, while overlooking the fact that reducing a person to the mere category of a consumer also impairs the possibilities of personal development. Social and personal development are inseparable. Therefore it would bem unreasonable to expect that one of them may automatically be the consequence of the other. A healthy society should advocate above all the development of every person and the person as a whole." (Max-Neef, 1991)

Ontem encontrei na web, esta entrevista do Programa Milênio da Globo News com o médico John E. Sarno sobre as dores emocionais. Achei uma visão interessante sobre a sociedade saudável, lembrei da citação de Neef e, portanto, divido agora com vocês.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nobel de economia

Hoje o dia teve uma ótima notícia. Elinor Ostrom ganhou, junto com outro economista americano, o nobel de economia de 2009. Mas o que isso quer dizer? Para mim, e creio que para meus outros colegas do mestrado, é uma grande alegria saber que um de nossos principais (e mais complexos) autores tem seu trabalho de 30 anos reconhecido.

Devo ter ouvido o nome de Ostrom no mais tardar em janeiro de 2008 e desde então ela acompanha a gente quase que como um mantra quando pensamos sobre governanca dos recursos naturais. Sem dúvida, ao vê-la hoje, pensei: estamos na direcao certa. Mas essas são apenas impressões relacionadas com a minha experiência pessoal do mestrado. O que interessa mesmo nessa história é o rumo que o nobel de economia tem tomado nos últimos anos.

Se nos anos 70 o prêmo foi concedido ao pensamento liberal de Friedman e Hayek (ainda dominante na escola de economia em Freiburg, onde Hayek lecionou), finalmente ele vem mudando de cara. Exemplo disso foram as premiacoes de Amartya Sen (1998), Joseph Stiglitz (2001) e agora Ostrom em 2009. Enfim parece que os tempos em que a economia convencional, na qual indivíduos racionais buscam apenas maximizar utilidade para si, estão finalmente com os dias contados. No lugar disso, começam a serem reconhecidos pensadores falando sobre informacoes assimétricas, capacidades humanas, e agora Ostrom com sua visao de como acao coletiva pode ser favorecida no gerenciamento dos recursos naturais.

Para quem quer conhecer um pouco mais do pensamento de Ostrom segue o link para um texto dela de 1999 que achei disponível na internet. Viva entao o prêmio nobel de economia 2009 (que nao é na verdade um prêmio nobel como os outros, mas sim em honra do prêmio nobel) e também a primeira mulher a recebê-lo!

E aqui notícia da Folha com Ostrom falando do seu trabalho.

sábado, 10 de outubro de 2009

Janela de casa

Alguma coisa me diz que essa é uma das últimas imagens da colecao "Minha janela em Freiburg". Tirada agora enquanto, entre um mate e outro, tento encontrar a difícil inspiração para seguir escrevendo. Depois da chuva... surgem as cores do outono.

Trégua do outono

Essa semana o outono deu uma pequena trégua na terca e na quarta. Como estes seriam meus últimos dias de Alemanha com chinelo, sol e árvores com folhas, fui até Vauban, o bairro que estudo na minha tese, para tirar algumas fotos. Minha maior sorte ainda foi que o dia de sol coincidiu com o dia de feira. Divido entao algumas com vocês.




quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Reflexoes e leituras

As reflexoes da volta estao por toda parte dentro de mim. Perguntas que nao tem respostas simples e tao pouco imediatas. No meio de tudo isso, o livro de Richard Layard sobre a felicidade pulou sem querer da estante para minha mao. Resolvi reler entao alguns trechos e abaixo divido os dois primeiros parágrafos da conclusao. Tentei traduzir para o Português, mas minhas habilidades de traducao nao andam muito bem. Ficou esquisito e optei por voltar ao original em inglês. Segue entao:

"A society cannot flourish without some sense of shared purpose. The current pursuit of self-realization will not work. If your sole duty is to achieve the best for yourself, life becomes just too stressful, too lonely - you are set up to fail. Instead you need to feel you exist for something larger and that very thought takes off some of the pressure.

We desperately need a concept of the common good. I can think of no nobler goal than pursue the greates hapiness of all - each person counting. This goal puts us on an equal footing with our neighbours, which is where we should be, while it also gives a proper weight to our own interest, since we know about ourselves than anyone else does." (Richard Layard: Hapiness - Lessons from a New Science)

domingo, 27 de setembro de 2009

Inspiração recarregada

Essa semana tive a oportunidade de conhecer os fudandores do Instituto de Sustentabilidade na África do Sul. Um conversa muito inspiradora. Eles unem o conhecimento científico com a aplicação prática dos conhecimentos e um fator desconsiderado por muitos: a questão da equidade social. Saí do almoço com as pilhas da inspiração outra vez recarregadas. Para conhecer o belo trabalho que eles realizam na ecovila Lynedoch, vejam o site: http://www.sustainabilityinstitute.net/

Segunda sensacao boa. Falar no mesmo "idioma". Talvez só os sul africanos possam compreender algumas das nossas questoes brasileiras. Fora isso, me senti menos solitária na tese. Pude conversar sobre a matriz de Max-Neef, de questoes de participacao nos meus casos de estudo (e dos casos de estudo também) sem ter que entrar em um preâmbulo de duas horas a respeito.

Brasil no clima, junto com Marina

Apesar dos pés estarem em Freiburg por dois anos, os olhos nunca descuidaram do Brasil. De todo esse tempo aqui a notícia mais animadora - no meio de tanta corrupacao e um PAC, mais parecendo plano que come floresta e planta estrada - foi sem dúvida a possível candidatura de Marina à presidência. E o movimento continua ganhando forca. Vejam a notícia de hoje: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac441853,0.htm

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Consumo, mudança climática e engajamento

Bom texto (em inglês) sobre consumo e mudança climática do Centro para Tecnologia Alternativa, instituto ecológico pioneiro, no País de Gales. Gostei particularmente porque o autor expressa o que eu estou estudando em linguagem bem prática, não acadêmica e acessível: http://blog.cat.org.uk/cat/consumption-versus-community-article-for-ethical-consumer-magazine/

domingo, 6 de setembro de 2009

Palhaço

Enquanto estudo, escuto música. Aqui segue um pouquinho de inspiração para todos nós. Egberto Gismonti tocando Palhaço.

Na cozinha...

Quem me conhece sabe que a cozinha nao é meu fote. A verdade é que dois anos de Alemanha fizeram eu me virar um pouco mais. Não daria para viver só das minhas salada e sopas por tanto tempo. Confesso que meus pratos incluíram bastante pizza e omelete. Ou entao, visitas periódicas a alguma casa de kebab ou restaurante tailandês. Fora isso, em casa, acrescentei ao cardápio o cuscuz misturado a enlatados e queijo fetta (grego). Fui sobrevivendo.

Mas agora com duas semanas do buffet do restaurante universitário em férias, tive que quebrar a resistência com a cozinha. Para minha surpresa, parece que minha comida não está tão insuportável assim. O arroz tem gosto. Os legumes com tofu e curry ficaram bons. As saladas ganharam algumas variacoes com castanha de caju, por exemplo. Talvez haja uma esperanca no futuro. Caso contrário, eu prometo continuar me divertindo com bolo de iogurte acompanhado por capuccino com mel.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mais Freiburg on the news

Os meus dois casos de estudo da tese (o bairro Vauban em Freiburg e cidade de Växjö na Suécia) volta e meia sao notícia. Meu colega Andrew acaba de compartilhar uma matéria sobre Freiburg publicada nesta semana no Los Angeles Times. Falta um pouquinho de precisao em uns detalhes, mas já dá uma idéia de algumas particularidades de Freiburg para quem tiver interesse em ler.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Växjö

Já tinham me falado que a Suécia era linda no verao, porém nao esperava tanto! Sim, hoje fui dar meu primeio passeio em Växjö, onde estarei pelas próximas duas semanas e fiquei supreendida com a beleza da cidade. Sao 80 mil habitantes, dois lagos perto de onde estou e uma biblioteca lindíssima. Aqui seguem algumas fotos.


Biblioteca municipal


Cidade vista do lago e parque da cidade


Casa próxima ao lago


Árvore no lago


Caminhos abertos para as bicicletas

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Viagem de trem para a Suécia

Depois de 20 horas viajando de trem cheguei hoje à tarde a Växjö na Suécia. No caminho, vi esse parque eólico perto de Copenhague.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Se existe, é possível

Há exatamente um ano eu comecava em Londres meu estágio de pesquisa sobre consumo sustentável. Foi uma época puxada em que mesmo depois do trabalho encerrado, devorava à noite um exemplar do livro "Confronting Consumption". Um dos co-autores, Thomas Princen, publicou em 2005 outro trabalho chamado "The Logic of Sufficiency", em que vai adiante com a idéia sobre um mundo finito que nao pode ter crescimento/consumo infinito. Ou como diria um outro autor - do ponto de vista do dia em que o mundo estiver cheio (absolutamente cheio).

Depois de relatar uma série de iniciativas - nenhum um pouco fundamentalistas - em que o princípio da suficiência é adotada, Princen encerra o livro com um capítulo cheio de idéias e subtítulos interessantes, incluindo o que emprestei para o título do post. Princen fala dos idealistas arquitetando seus planos que parecem utópicos até virarem realidade e reforca a responsabilidade do pesquisador de ir além das desconstrucoes teóricas para oferecer pistas concretas ao mundo.

Um trecho dessa reflexao eu gostei tanto que transcrevo abaixo. Aliás o parágrafo nao vale só para pesquisadores na área de desenvolvimento sustentável, mas talvez muito mais para os practioners, como meus entrevistados da tese e tantos amigos no Brasil e mundo a fora, buscando todos os dias alternativas para este mundo com sérias restricoes ecológicas e graves problemas distributivos.

"So we students of sustainability and thinkers, hunched over our drawing boards in the dark corners, unnoticed by the mainstream, just waiting - and working, and thinking, and as best we can, living a life more consistent, we hope, with the biophysical and social constraints of the planet. We are collecting the data and constructing the concepts, making sure the cows have plenty of fresh air, the water keeps running, and the wastes keep cycling. We know a few people are listening, and more will be as the contradictions of expansionist societies amount. More will be looking for principles around which to organize their lives and their organizations and their economies. More will be asking, What if we just posed this question, changed that behavioral assumption, established that principle."

PS: sorry meu corretor ortográfico nao está funcionando. Entao fico devendo uma série de acentos e cedilhas no texto, que meu teclado alemao nao permite (ou torna no mínimo muito difícil).

Os cachorros e a universidade

Hoje finalmente o dia está com cara de verao. Chinelos havaianas, saia, blusinha, cabelo preso e chá gelado para acompanhar. Estou sentada perto da janela na sala de computadores do meu instituto para pegar um pouco do ventinho.

Agora a parte curiosa. Meu instituto é de florestas e por aqui todo futuro engenheiro florestal adora a floresta negra e cachorro. Os cachorros sao proibidos na universidade, mas nao me canso de encontrar mais cachorro do que gente neste prédio. Uma dia desses no final da tarde vi a porta do corredor sendo aberta e para minha surpresa quem vem é um cachorro com galho na boca seguido alguns segundos depois pelo seu dono. No inverno também vi um cachorro saindo do instituto no carrinho que se coloca atrás da bicicleta para levar criancas. E hoje fui no banheiro escovar os dentes e adivinha o que tinha lá no piso? Pote d'água para cachorro.

Ah, também tivemos uma cadela da minha colega cursando o semestre de verao do ano passado conosco. A Mut foi em excursao, veio no dia da prova, está nas fotos do grupo e como disse um colega, deveria também aparecer para a formatura. Há cinco minutos lembrei que ainda nao tinha escrito um post com a história sobre os cachorros na faculdade, exatamente depois de um cachorro deitado na fileira da frente de computadores comecar a latir porque sua dona saiu por um minuto da sala.

Acho curiosa a movimentacao canina em nosso instituto, mas imagino que para quem nao gosta dos bichinhos, ou tem medo, nao deve ser lá muito confortável ter a presenca canina por todo lado. Bom, pelo menos parece mais normal do que a história de uma amiga que viu uma ambulância fazer o maior alvoroço em uma rua super movimentada de Rotterdam, na Holanda, para rescucitar um gato.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Com as próprias mãos

Enquanto estou aqui mergulhada no meu caso de estudo, para buscar entender, entre outras coisas, como grupos de pessoas se organizaram para construir casas mais sustentáveis, encontro por acaso a reportagem "À moda do dono" na Vida Simples deste mês. Bastante interessante.

sábado, 1 de agosto de 2009

Um pouco atrasada

Entrei agora no blog e levei um susto. Já faz 2 mese e meio que nao escrevo nehuma linha. Os grandes acontecimentos do período foram: visita da minha mãe, por um mês, e da Vanessa, minha amiga, por um fim-de-semana. Com a Vanessa passeamos um pouquinho e minha mãe preparou feijoada com feijão brasileiro, que eu comi por 3 dias seguidos.

Na última semana de visita da minha mãe seguimos rumo à Eslovênia para eu apresentar um paper em uma conferência e visitar a Vesna. Depois passamos um fim de semana em Veneza. Abaixo seguem algumas fotos de Veneza. Apesar da quantidade enorme de turistas e de nos perdermos nos labirintos subindo e descendo pontes, sempre é bom ouvir uma língua latina, desfrutar do calor e apreciar o barulho da água.











































segunda-feira, 18 de maio de 2009

Deu no New York Times

Se Freiburg hoje é conhecida mundo a fora como pioneira no caminho da sustentabilidade, muitas dessas transformacoes comecaram com um bairro chamado Vauban. Para quem quer conhecer um pouco mais dessa história, segue uma matéria publicada no New York Times semana passada. O Zeca Camargo já teve lá naquela reportagem para o Fantástico do ano passado. Boa leitura!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Lost in translation

Post rápido só para compartilhar com vocês uma situação que eu acabei de constatar. Voltei de um churrasco em que durante 3 horas eu falei alternadamente português, inglês, espanhol e alemão. Ao ponto de eu ter que olhar para a pessoa em lembrar em que idioma normalmente conversamos antes de começar a falar. Se por um lado pode parecer legal tanta diversidade linguística por outro é angustiante.

No Português esqueço com frequência de palavras banais como, por exemplo, rabanete e alcaparras. No inglês parece que tudo que não está nos meus artigos saiu correndo da minha cabeça. Esses dias queria falar pó em inglês e só vinha em alemão. No espanhol, nem sei dizer. Só sei que se já não sabia os verbos antes, agora devo ter esquecido os substantivos também. E no Alemão... bem esse deve ser o único em que melhorei. Saí do nada em agosto de 2007 para algum lugar em maio de 2009. Não quer dizer que o lugar seja confortável, mas pelo menos já consigo conversar sobre coisas mais abstratas do que previsão do tempo e repetir o que estudo e de aonde (ou onde?) eu venho.

Mas realmente a sensação geral é de estar perdida na tradução. Ai que desespero. Vou ter que ler muito livro em português na volta para resgatar meu vocabulário e pelo menos falar uma língua decentemente outra vez.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Felicidade interna bruta

Enquanto estou aqui tentando mapear as 4 principais linhas de estudo sobre bem estar, acabo de encontrar essa matéria sobre o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), inspirado na experiência do reino do Butao e que está avançando por aí. Fiquei curiosa para conhecer Angatuba, mas ainda terei que aguardar pelo menos seis meses.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Haben oder Sein

Bem, acho que daqui uns tempos vocês vão ficar enfadados de tantos livros, leituras e tal. Mas como meus dias agora são basicamente na frente do computador, vocês terão que ser pacientes comigo :).

Então, na volta de Munique para Freiburg acabei comprando meu segundo livro em alemão. Mas não foi um ato pensado. Queria o livro em inglês, porém como não encontrei e queria tê-lo para a viagem de volta, acabei comprando em alemão mesmo. O livro é do filósofo alemão Erich Fromm e se chama Haben oder Sein (Ter ou Estar). Estou tentando ler sem dicionário e então, claro, todos os detalhes obviamente passam despercebidos.

Para ajudar a avançar um pouco na leitura, resolvi dar uma olhada no You Tube para ver se encontrava alguma coisa sobre o livro publicado em 1976 - quatro anos antes da morte de Fromm. E para minha alegria encontrei uma entrevista com ele sobre o livro. Abaixo compartilho a parte II em que para mim tem um dos comentário mais valiosos. Algo mais ou menos assim: "enquanto houver vida, nosso papel é gritar e tentar mostrar às pessoas que isto está levando à destruição". Isolado parece pessimista, no entanto no contexto da pergunta é coerente e esperançoso. O áudio não está muito bom, mas vale a pena de toda forma ver.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Música para a alma

Ontem fui com dois amigos assistir o quinteto do saxofonista James Carter. Apresentação foi simplesmente fabulosa. Compartilho com vocês um vídeo de 20 segundos que dá uma pista sobre a qualidade do show de 3 horas.



O ambiente era tão intimista que a parte da frente do palco fazia às vezes de apoio para copos de cerveja e também banquinho para os pés do pessoal da primeira fila. Outra coisa que eu adoro aqui é o despojamento. O senhor que apresentou o grupo usava camisa, calça e sandálias (só faltaram as meias mesmo). E no alto dos seus 60 e poucos anos vibrou como criança durante o show. Música para a alma.

Economia da vida real

Esse é o título do livro que estou lendo agora "Real-life Economics: understanding wealth creation" publicado em 1991 com edicao de Paul Ekins e Manfred Max-Neef. Gostaria de ter tempo para poder ler todo o livro agora mas as leituras da tese só vao me permitir ler capítulos selecionados. Entre eles achei interessante essa reflexao de já quase 20 anos atrás e como quase sempre nas reflexoes sobre sustentabilidade muito atual.

"Even from this short discussion it should be clear that measures to achieve environmental sustainability can, and may need to, involve dramatical technological change but also fundamental restructuring of international economic relations (to promote third world develpment that is a pre requisite for sustainability) and a shift in basic social values and attitudes. Of these the technological change is likely to be the easiest to bring about. The principal environmental debate of the coming years will be between those who think that this change is enough and those who emphasize attitudes and the international context. The veredict on the outcome of the debate will be given by a biosphere that reacts to continiung unsustainability in a increasingly unpleaseant, disruptive and life-threateaning way." (Paul Ekins, 1991)

sábado, 4 de abril de 2009

Transition Towns

Artigo do The Guardian publicado em setembro de 2008 sobre como surgiu o movimento Transition Towns e o que o torna especial. Interessante a contribuição deste grupo para uma sociedade mais sustentável.

sábado, 21 de março de 2009

Indícios de primavera

A primavera começou no calendário na última sexta. Na prática, os dias continuam frios e ainda há previsão de neve. Os meteorologistas disseram que foi um inverno mais frio e ensolarado do que o normal.

Pessoalmente, vi neve mais vezes do que gostaria. Percebi que sou "bom tempo dependente". Preciso arranjar formas de tornar meu inverno menos pior, incluindo fugir para o Brasil e não deixar de andar de bicicleta em Freiburg.

Mas se as temperaturas ainda não aumentaram, os dias já estão mais longos. Hoje às 18h30min ainda era dia. E as flores, sim as flores, já começam a brotar. Na minha caminhada hoje para descobrir mais um pedaço de Munique me deparei com esses primeiros indícios de primavera.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O caminho da tese

No Brasil ela é chamada de dissertação, aqui fora de tese. De qualquer forma, sempre chega o momento da entrega seja qual for o continente. O meu tema me envolveu aos poucos. Chegou sem querer com o estágio em Londres e foi me fascinando dia-a-dia.

Quando me dei conta (e isso faz muito pouco tempo) já era tarde demais para abandoná-lo. Resolvi ficar e agora nesta etapa inicial de pré-pesquisa me sinto literalmente consumida pelas leituras. São só os primeiros passos, mas já me parecem emocionantes. Pensar que há caminhos (ainda que não simples) possíveis para a nossa sociedade me faz ter esperanças. Os sete meses e meio que tenho pela frente vão ser de trabalho pesado, dúvidas, angústias e todo o processo de exaustão já relatado por muitos.

Mas ao mesmo tempo é um momento rico em descobertas. Das mais simples como a de saber que uma autora de um livro desses gigantescos de "alfabetização" em uma área do conhecimento pode responder o seu e-mail no mesmo domingo com o artigo solicitado. Até as mais complexas como decidir qual é o rumo do seu trabalho no meio de um mar tão imenso de informação. É um universo novo que se descortina e a aventura da pesquisa começa. Para ilustrar o meu grupo numa trilha da reserva da biosfera da ONU Entlebuch na Suica em agosto do ano passado. Nem adianta me procurar na foto, pois estou segurando a câmera.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sobre o amor



Die Maus über die Liebe (sobre o amor). Uma amiga minha mandou. Fala sobre o amor numa linguagem de crianca e nao precisa saber alemao para entender. Die Maus é um desenho com um ratinho bastante antigo e famoso até hoje na Alemanha. O quadro pelo que eu entendi foi exibido no Die Maus em 2007. A parte que eu mais gostei é a do computador. O narrador (uma crianca) fala que muitas vezes as pessoas nao percebem que se amam mas os coracoes e as almas percebem. Vale a pena separar 4 minutos para ver.

domingo, 8 de março de 2009

Livros, livros

O inverno continua por aqui e a neve, pelo menos em Munique, também. Logo, logo publico um post sobre a cidade. Enquanto isso, deixo um link para uma matéria sobre um livro que está na minha lista de leitura: The new economics of sustainable consumption: seeds of change. A reportagem fala um pouco da visao e trabalho da pesquisadora e autora, Gill Seyfang. Uma boa semana para todos!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

2/3 do mestrado concluídos

Nesta sexta-feira fiz minha última prova do mestrado. Fomos brindados com dois dias super ensolarados apesar da neve. E mais, os passarinhos já estão voltando. Difícil dizer tchau. A turma se separa agora. Uns saem de férias, outros vão coletar dados para a tese e outros como eu vão estudar alemão. Voltamos em momentos diferentes para Freiburg ou, em alguns casos, as pessoas nem voltam mais. Enfim aproveitamos bastante os últimos momentos. Depois coloco as fotos da nossa festa no bonde. Por enquanto deixo com vocês a foto do gramado de futebol da minha residência na última quinta-feira. Quase um presente de São Valentino para o dia 14 de Fevereiro. No fim da próxima semana escrevo de novo contando do meu curso de alemão aqui em Munique começando amanha.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ética, ecologia e economia

Enquanto faço uma pausa entre a leitura de um paper e outro para a minha última prova do mestrado na próxima sexta-feira, acabei encontrando o editorial do Satish Kumar na edição mais recente da Resurgence Magazine. Ajuda a pensar um pouco o papel que o dinheiro ganhou na sociedade e a colocar a crise financeira em seu lugar adequada quando comparado ao "crunch da natureza". Nada que ninguém não soubesse ainda. Mesmo assim uma reflexão interessante.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Fragmentos da volta

Já faz quase duas semanas que voltei. Não havia escrito ainda, pois a volta exige bastante. É o corpo que precisa se adaptar ao inverno e à ausência dos sucos naturais. É a mente que precisa se adaptar à falta da companhia de pessoas queridas. É a alma que precisa se adaptar à distância temporária do Brasil. A volta nunca é simples. O corpo reage. Dá sinais da mudança. No meu caso, uma infecção na garganta. Agora quase curada.

Os dias começam lentos e ainda são curtos. Ao menos, já ganhamos 45 minutos a mais de luz do dia em relação ao Natal. Agora escurece às 17h15min e não 16h30min como em dezembro. Aliás, uma nota hoje no canal do tempo informa que este é um inverno atípico na Alemanha: mais frio e mais ensolarado do que o normal.

Inicia o último módulo do mestrado e de repente aparece um texto de Paulo Freire. Logo estaremos na Amazônia. Revisito meu assunto de interesse inicial - desenvolvimento. Enquanto isso me pergunto sobre qual direcao seguir na minha dissertação. Aliás qual será a dissertação?

Enquanto procuro exercitar a paciência com o inverno e com as perguntas, conserto mais uma vez a minha bicicleta (agora já sei até tirar e colocar a roda de novo) e reservo um tempinho para me perder em coisas novas. Ontem percebi uma coincidência, a loja que vende cds, dvds e livros menos blockbusters se chama "Zwei tausend eins" (2001) como a locadora de vídeos em São Paulo. E nas mesmas cores branco e preto. Será que as duas resolveram seguir a mesma estética e nome do "2001 - uma odisseia no espaço"? Vai ver que sim...

Fui até lá para procurar um filme de Fatih Akin, mas acabei saindo com "Stranger than Paradise" de Jim Jarmusch na mão. Interessante. Um road movie sobre a história de dois primos húngaros nos Estados Unidos na década de 80. Para quem gosta de road movie e da nostálgica temática da terra estrangeira, recomendo.

Por último e não menos importante, acabo de ler uma notícia no Estadao on-line sobre um cd gravado em São Paulo (The Principle of Intrusive Relationship), que foi escolhido pela revista Wire como o disco do ano de 2008. É da Sao Paulo Underground ( um vídeo deles abaixo), que acabo de conhecer agora. Deu uma vontade de estar aí para poder ver ao vivo. Acho que iria gostar dessa mistura de jazz com outros ritmos. De qualquer forma, me aguardem. Logo, logo estarei de volta!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ano novo com inspiracao

Uma das melhores coisas de voltar ao Brasil é poder rever amigos queridos ou pelo menos falar ao telefone com a sensação de que estamos no mesmo fuso horário. Numa dessas conversas de matar a saudade, minha amiga Thais falou sobre inspiração. E eu fiquei pensando onde normalmente busco a minha quando estou lá em Freiburg sentada por horas na frente do computador, depois de um dia curtinho de sol indo embora às 16h30min. Lembrei então de um site bacana onde eu já busquei muita inspiração. O nome é Big Picture TV e eles trazem entrevistas curtas sobre diversos temas relacionados a desenvolvimento sustentável, saúde, ciência etc. Fica a dica e o primeiro post de 2009. Quem sabe as ideias (nao mais idéias pela nova ortografia)não gerem outras tantas também por aqui e aí?