quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Auf wiedersehen

Queridos amigos: está chegando a hora. 2010 está batendo na porta e eu fiquei enrolando até o último minuto para escrever este texto - o último post deste blog. Faz um mês que eu voltei. Meus últimos dias na Alemanha foram ótimos. Teve direito a bolo com pedaço extra em uma cafeteria, conversa de 3 minutos com a senhora que fechou minha conta no banco, muitas cervejas com meus colegas alemães do último apê, desconhecidos oferecendo ajuda com a malas no trem e no aeroporto e, claro, muitas despedidas de amigos que tornaram meus dias na Alemanha memoráveis.

A volta teve seus traumas de primeiras semanas. É diferente vir de férias e voltar de vez. Nas férias, só se presta atenção nas coisas boas. Na volta, a agitação interna predomina. O legal é que eu não fui atropelada atravessando a faixa de segurança como pedestre e consegui superar os primeiros dias de português esquisito. Além disso, sinto que a cada semana o intervalo entre uma crise e outra de me sentir deslocada vai aumentando e a intensidade de cada uma reduzindo.

Também dei uma repassada nas minhas fotos. Desde aquelas dos primeiros meses até hoje. Os 28 anos em fotografia. Terminei com uma sensação muito boa de estar vivendo a vida de acordo com meus valores, realizando alguns sonhos e na maior parte das vezes dando conta de fazer uma bela limonada dos limões do caminho.

Por último queria compartilhar um trecho excelente do livro que estou lendo agora: "A journey, after all, neither begins in the instant we set out, nor ends when we have reached our doorstep once again. It starts much earlier and is really never over, because the film of memory continues running on inside of us long after we have come to a physical standstill. Indeed, there exists something like a contagion of travel, and the disease is essentially incurable" (Ryszard Kapuscinki - Travels with Herodotus)

Abraços e até a próxima.
Auf wiedersehen

domingo, 22 de novembro de 2009

De volta ao mundo

Sobrevivi! Essa é a sensação de ter terminado a tese. Parece que emergi de um buraco onde não havia fim de semana nem dia sem preocupação de não estar trabalhando. Nem lembro qual foi a última vez em que me senti assim tão livre. As férias do ano passado no Brasil foram acompanhadas de um paper. Por isso acho que o último descanso verdadeiro foi em marco de 2008.

Desta vez faz 3 ou 4 dias que só aproveito. Tirei foto na minha tenda de sucos favorita e no café ao lado da universidade. Fui comer comida tailandesa. Tomei cerveja no pub irlandês. Nadei. Dormi na sexta até às 12.30. Fui em uma festa fantasiada de Chapolin Colorado. Assisti TV. Respondi e-mails. E no meio de tudo isso o mais importante mesmo foi desfrutar da companhia dos amigos.

O tempo tem me presenteado. De repente o frio foi embora e a temperatura voltou a parecer de primavera. Incrível! Eu sei que isso não é um bom sinal climático, mas confesso que foi uma alegria poder sair sem luva na rua nos últimos dias, curtindo um tempo agradável. Esse tempo deve permanecer mais ou menos até eu ir embora.

Aproveito para dividir com vocês uma foto da minha formatura. Este foi com certeza o momento mais significativo do último mês. Uma cerimônia que aconteceu no porão reformado da faculdade (o Peterhofkeller).

Nos próximos dias eu vou tentar postar um pouco mais das minhas últimas impressões de Freiburg e da Alemanha.

domingo, 15 de novembro de 2009

Mais quatro dias...

Já podia começar a contar em horas quanto tempo falta para eu entregar a tese. Vamos em frente! Notícias depois de quinta.

domingo, 25 de outubro de 2009

Antes e depois

A vida na Alemanha já me ensinou bastante. A última novidade é sobre como encerrar a vida no exterior enquanto se termina uma tese. Encerramento que para um morador de uma casa de estudante em Freiburg inclui se livrar dos móveis e pintar o quarto.

Depois de uma semana de pesadelo com a parede vermelha, herança de uma amiga chilena que morou antes aqui, tomei coragem neste sábado para encarar o trabalho. Foram 6 horas pintando e depois 1 hora limpando para tirar o vermelho da parede comprida e de mais um pedaço de parede acima da porta. Não ficou uma brastemp, como diríamos inspirados no antigo comercial de TV, mas foi o melhor que eu pude fazer. O saldo do dia foram uma bolha no dedo, um corpo exausto e uma ex-parede vermelha. Acho que agora já posso colocar no meu currículo: "também pintora nas horas vagas".

De resto, ainda falta eu ver como tiro a cama do quarto. Os outros móveis já tem dono, mas a cama insiste em ficar. Infelizmente por aqui não tem frete, nem pintor dando sopa como no Brasil para dar uma mãozinha e levar a cama até o pavilhao de reciclagem. Enquanto nao resolvo o impasse, sigo com a tese nas outras horas, que de vagas não tem nada. Seguem as fotos para quem acompanhou a saga da parede vermelha.

sábado, 17 de outubro de 2009

Bicicleta e questao de gênero

Interessante matéria da Scientific American relacionando a questão de gênero com o uso de bicicleta. Realmente, eu prefiro pegar um caminho mais longo por uma rua tranquila do que ir por uma avenida tumultuada sem infraestrutura adequada para bicicleta.