quinta-feira, 27 de março de 2008

Persepólis

Acabo de ver no Estadão uma notícia de que o filme Persepolis teve exibição proibida no Líbano. Não consegui assistir o filme em Freiburg, em cartaz antes do natal. Acho que ele já saiu de exibição também em São Paulo. De qualquer forma fica a dica.

Eu ainda quero ler o livro - uma história em quadrinhos autobiográfica que conta pelos olhos de uma menina o que aconteceu no Irã nas últimas décadas. Uma colega iraniana disse que o filme, assim como o livro, é capaz de emocionar provocando lágrimas e risos em quem viveu aquela realidade. Sei que o assunto não é Alemanha, mas como é algo que eu conheci lá, achei interessante dividir. No Brasil, Persepolis foi publicado pela Companhia das Letras. Segue o site do filme também. Lá tem o trailer para assistir: http://www.sonypictures.com/classics/persepolis/

domingo, 23 de março de 2008

O que levar de volta

Enquanto aproveito as férias para tomar mate e me curar de uma gripe interminável também organizo o que levar de volta para a Alemanha. Fora a farmacinha, já que remédio lá só com receita médica e farmácia não é 24h nem abre no domingo, penso nos objetos de conforto emocional. Nestes 6 meses ouvi bastante música brasileira, mas faltou livro de poesias, mais fotos e algum romance em língua portuguesa para descansar a cabeça de tanta língua estrangeira. Entre os CDs que escutei, um dos companheiros foi a Arte de Vinícius de Moraes, em que ele, além de cantar, declama algumas poesias. Uma delas encontrei em um livro aqui na casa da minha mãe. Segue o trecho recitado no CD como presente de Páscoa.

Conjugação da ausente

Tua graça caminha pela casa
Moves-te blindada em abstrações, como um T. Trazes
A cabeça enterrada nos ombros qual escura
Rosa sem haste. És tão profundamente
Que irrevelas as coisas, mesmo do pensamento.
A cadeira é cadeira e o quadro é quadro
Porque te participam. Fora, o jardim
Modesto como tu, murcha em antúrios
A tua ausência. As folhas te outonam, a grama te
Quer. És vegetal amiga...
Amiga! direi baixo o teu nome
Não ao rádio ou ao espelho, mas à porta
Que te emoldura, fatigada, e ao
Corredor que pára
Para te andar, adunca, inutilmente
Rápida. Vazia a casa
Raios, no entanto, desse olhar sobejo
Oblíquos cristalizam tua ausência.
Vejo te em cada prisma, refletindo
Diagonalmente a múltipla esperança
E te amo, te venero, te idolatro
Numa perplexidade de criança.

(Vinícius de Moraes)

segunda-feira, 17 de março de 2008

A primavera se anuncia

Há três semanas longe da Alemanha queria compartilhar com vocês uma foto que tirei em Mainz antes de embarcar para o Brasil. Como já fala o título, a primavera já anunciava sua chegada nas cores do céu ao entardecer. Mainz tem um museu em homenagem a Gutenberg, inventor da imprensa, que teve sua oficina lá nos idos de 1450. Pena que era domingo e o museu estava fechado. Fica para a próxima vez.


Mainz na margem de cá (esquerda) do Rio Reno

Reflexões sobre a Alemanha
Com tantas pessoas ávidas para saber minhas impressões sobre a Alemanha, cheguei à conclusão de que precisava ler também uma fonte fidedigna para me aprofundar um pouco mais na organização do país em que estou morando. Uma boa dica de leitura é o site (e também livro) Perfil da Alemanha, recomendado no site do consulado. Leitura fácil e rápida para entender um pouco melhor o país.
Leitura de férias
Para descansar um pouco recorri aos meus livros de ficção esperando para serem lidos nas estantes da casa da minha mãe. De presente, segue um pedacinho do Jogo da Amarelinha (Rayuela) de Cortázar: "Y mirá que apenas nos conocíamos y ya la vida urdía lo necesario para desencontrarnos minuciosamente".