sábado, 26 de janeiro de 2008

Estocolmo

Falei sobre a Suécia, sua tradição de velejar, sobre a expectativa de vida de sua população, mas não sobre sua capital. Esta merece um post só para ela. Estive em Estocolmo por dois dias. Cheguei depois de 1h30min de viagem. Trem cheio, gente educada. Com o mapa na mão, saí da estacao em direcao ao hostel. Fui caminhando pela margem do lago Mälaren, que se espalha entre as 14 ilhas da cidade, antes de encontrar o Mar Báltico. Avistei o centro antiga. E fiquei impressionada com os patos nadando na água. Não só os patos, como um homem pescando um peixei enorme. Na hora pensei: imagina só a reacao dos suecos ao verem o Tietê.

Com uma população pouco maior de um milhão na grande Estocolmo, a cidade possui uma atmosfera para lá de tranquila. A sensação é de que a coisa mais perigosa que pode acontecer é você tropeçar após algumas cervejas e cair no lago.
Vi várias pessoas fazendo jogging na beira do lago à noite e no mapa da cidade pode-se identificar grandes áreas para prática de esporte, inclusive áreas próprias para nadar. Vi exposição de fotografia no meio da rua e passei pela frente de vários museus, museus, museus. Caí na rua que leva ao Palácio Real na hora da troca da guarda. Caminhei pelas ruazinhas do centro antigo observando os detalhes das construcoes. Visitei o Vasa Musuem onde fica o Vasa, navio que afundou alguns minutos depois de partir em 1628 e que foi encontrado praticamente intacto na década de 60. É engraçado, porque na visita guiada eles não falam da ameaça ao Vasa. O produto químico que usaram para conservação do navio, está na verdade corroendo a madeira e não se sabe por quantos anos o navio poderá resistir. Sei disso, porque na minha prova de inglês (IELTS) tinha um texto sobre esse assunto e só num cantinho do museu, eles mencionam o problema e o que está sendo feito para mitigá-lo.

Também visitei o pequeno museu do Prêmio Nobel, criado há pouco mais de 6 anos para comemorar o centenário da premiacao. Foi interessante para entender um pouco porque esta premiacao, julgada em grande parte por organizacoes suecas, se tornou tão importante mundialmente. Com excecao do Nobel da Paz concedido na Noruega - razoes políticas do início do século XX, todos os outros prêmios são entregues em Estocolmo. Inclusive o de Economia criado pelo Banco da Suécia no fim dos anos 60 como uma homenagem a Alfred Nobel e que hoje se aproxima mais do conceito das outras categorias.

Fui embora de Estocolmo com vontade de ficar mais e ter tempo de conhecer os bairros mais descolados. Aliás, uma capital que deixa a gente com água na boca de voltar no verão. Se não fosse pelo inverno tenho certeza que ela teria mais vida nas ruas e seria sem dúvida um lugar perfeito para se morar. No próximo post conto sobre o meu ano novo em Berlim, antes que a Páscoa chegue.












quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Arquivo

Neste mês de janeiro fazem quatro anos que não moro mais em Santa Maria e sete que caí no mundo. Ontem conversando no MSN com o Alberto, amigo peruano, que esteve comigo na Polônia, recebi esta foto. A imagem me fez lembrar que o mais o importante de todas essas experiências são os encontros significativos que tive com pessoas que se tornaram amigos queridos e permanecem próximos até hoje independentemente da distância geográfica.


Varsóvia, marco 2002

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Viagem à terra dos Vikings

Sobre a Suécia, minha impressão do país não poderia ter sido melhor. Já na chegada uma atitude diferente no controle de passaporte onde todos os funcionários costumam ser carrancudos. A moca, perguntou se já nos conhecíamos. Eu, sem entender, respondi que não. Ela, sorrindo, mostrou o nome da minha mãe no passaporte (Beatriz) e apontou para o nome dela no crachá (Beatrice). Foi com este bom humor que coloquei meus pés no aeroporto Skavsta, que opera com linhas áreas de baixo custo (Ryanair, Easyjet) e fica a 2h de Estocolmo. No desembarque, me esperava minha amiga Emma com o pai dela. Foi muito bom poder dar um abraço depois de exatos 6 anos sem nos vermos. A Emma trabalho comigo no Café em Londres.

Viagem para Himmeta
Entre o aeroporto e Himmeta, o vilarejo de 900 habitantes onde os pais da Emma vivem, foram 2h horas de viagem. No caminho, as primeiras impressoes do país. Grandes áreas de florestas. O pai dela contou um pouco sobre como as árvores são extraídas e replantadas. Aliás, na Suécia 80% das florestas são certificadas (respeitam normas socioambientais).
Também comecei a ver o cenário típico do interior da Suécia: casas de madeiras distantes umas das outras, com um estilo bastante simples e confortável (fotos no final). Afastadas porque o país possui uma população de apenas 9 milhões de pessoas, o que parece fantástico quando pensamos no que faz aquela terra funcionar tão bem.
Durante a viagem eu e a Emma começamos a colocar os papos em dia, comendo o lanchinho que a mãe dela tinha preparado. Na chegada, tinha almoço pronto nos esperando e muita conversa pela frente. Os pais da Emma conseguem se comunicar bem em inglês e a Emma ajudava quando as palavras faltavam. A recepção foi muito calorosa e ao final do almoço, às 3h da tarde, a luz do dia já ia se despedindo. A luz do dia na Suécia no inverno dura apenas 6h. Como os pais da Emma falaram isso é um grande problema e muitas pessoas do norte sofrem de depressao sazonal, por causa da falta de luz. Há portanto no país várias locais com luz intensa onde as pessoas podem ir para tomar banho de luz.

Vida no interior
A mãe da Emma é professora primária no colégio primário de Himmeta, e o pai dela, um carpinteiro, no mínimo, de mão cheia. Ele construiu boa parte da casa onde eles moram, assim como a maioria dos móveis, sem falar no barco que eles velejam no verão. Fiquei pensando que num país desigual como nosso jamais poderia encontrar um casal de classe média com um hobby tão sofisticado e uma vida tão digna. Digna em todos os sentidos, pois eles caminham todas as manhas com os cachorros na floresta, tomam chá de hortelã plantada no jardim, e comem macas e tomates também da própria horta. Além de nao precisarem de portoes e poderem fechar a casa apenas com uma chave comum na porta.
Conheci as cidades próximas de Köping (17 mil habitantes) e Arboga (primeira capital da Suécia). Dormi muito. Patinei no lago congelado e mesmo com o tombo não me arrependo da experiência.

Natal
Foi ótimo passar meu primeiro Natal longe de casa num ambiente tao familiar e aconchegante. Na nossa ceia (fotos no final) tomei cerveja sueca, licor do país e também Julmust, uma espécie de coca-cola sueca produzido só em ocasiões especiais como Natal (Jul) e Páscoa, e que nestas datas vende mais do que a coca-cola normal. Na hora dos presentes, agradeci com algumas lembrancinhas e ganhei um super par de luvas e gorro e forminhas para preparar os biscoitos de Natal.
Também fui a igreja e consegui entender algumas palavras do sermão, pela proximidade que a língua tem com o alemão. Entendi "o senhor vem", "os anjos cantam" e "haleluia". Além disso quando foi mencionado pepparkokar, o biscoito tradicional de natal que assamos (só assamos mesmo, a massa já estava pronta) também consegui compreender. Eu e a Emma nos olhamos rindo e pensando: "pelo menos alguma coisa além do Tak (obrigado), você consegui aprender". No dia 25, acordamos às 7h30min para tomar café da manha no estábulo com os cavalos. Uma forma de lembrar também como Jesus veio ao mundo e descobrir um pouco mais como a vida no interior da Suécia pode ser encantadora
Longa vida aos suecos e samba aos brasileiros
Entre outras coisas, me deparei também com a longevidade da população. A da Emma tem 92 anos e subia e descia escada como se tivesse 70. Inclusive fiquei sabendo que quando eles completam 100 anos na Suécia, recebem um telegrama do rei. Da vida diária, também consegui também assistir TV sueca. Os filmes têm legendas e som original, diferente da Alemanha. Aqui eles são dublados. Sobre o meu próximo encontro com a Emma, estamos planejando para ela visitar o Brasil com o marido (ele está em uma missao militar fora do país) e com o bebê que está por chegar e daqui a 4 ou 5 anos será já um menino crescido. Nesta viagem, como a Emma reforcou tem que ter samba. Ela disse que aprender alguns passos de samba em Londres com minha amigas há alguns anos atrás foi a ocasiao em que ela mais riu na vida.
PS: Ronaldo, ainda não criei o flirck, mas seguem algumas fotos abaixo para sua maior alegria.


Julmust

Pepparkokar


Ceia de Natal


Lago congelado


Casa da família da Emma

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Fim de semana na Floresta Negra

Depois da metade do primeiro mês do ano novo, volto a dar notícias! Na foto abaixo tirada no último fim de semana na frente da casa que o nosso instituto possui na Floresta Negra, vocês podem confirmar que a boca está boa outra vez. Bem, isso não significa que deixei de cair. Escorreguei na neve e caí duas vezes, mas nada demais. Só dor no corpo por dois dias. E a casinha de neve, não foi a gente que construiu não. Já estava lá. Fizemos sim um boneco de neve. Aliás existe uma técnica interessante para fazer o boneco de neve, que uma pessoa dos trópicos como eu, claro, desconhecia. Você vai enrolando a neve como se fosse um rocambole e no final você acaba com uma bola grande que vira o boneco. Deixei meus colegas terminarem o boneco sozinhos. Achei aquele cenário bastante acidental e fui para dentro da cabana de onde não saí mais até a manha do domingo.


Sobre a minha viagem de Natal e Ano Novo, prometo escrever e colocar algumas fotos até o fim do mês. O bicho está pegando na faculdade agora. E há uma síndrome do cansaço que consigo ver em quase todo mundo. Precisamos finalmente das férias semestrais. Neste caso do verão do Brasil também. Sandro, Rodrigo, Vivi Lopes e companhia: se a pergunta é sobre o flop flop, não... eu não o encontrei na floresta hehehe.