domingo, 25 de outubro de 2009

Antes e depois

A vida na Alemanha já me ensinou bastante. A última novidade é sobre como encerrar a vida no exterior enquanto se termina uma tese. Encerramento que para um morador de uma casa de estudante em Freiburg inclui se livrar dos móveis e pintar o quarto.

Depois de uma semana de pesadelo com a parede vermelha, herança de uma amiga chilena que morou antes aqui, tomei coragem neste sábado para encarar o trabalho. Foram 6 horas pintando e depois 1 hora limpando para tirar o vermelho da parede comprida e de mais um pedaço de parede acima da porta. Não ficou uma brastemp, como diríamos inspirados no antigo comercial de TV, mas foi o melhor que eu pude fazer. O saldo do dia foram uma bolha no dedo, um corpo exausto e uma ex-parede vermelha. Acho que agora já posso colocar no meu currículo: "também pintora nas horas vagas".

De resto, ainda falta eu ver como tiro a cama do quarto. Os outros móveis já tem dono, mas a cama insiste em ficar. Infelizmente por aqui não tem frete, nem pintor dando sopa como no Brasil para dar uma mãozinha e levar a cama até o pavilhao de reciclagem. Enquanto nao resolvo o impasse, sigo com a tese nas outras horas, que de vagas não tem nada. Seguem as fotos para quem acompanhou a saga da parede vermelha.

sábado, 17 de outubro de 2009

Bicicleta e questao de gênero

Interessante matéria da Scientific American relacionando a questão de gênero com o uso de bicicleta. Realmente, eu prefiro pegar um caminho mais longo por uma rua tranquila do que ir por uma avenida tumultuada sem infraestrutura adequada para bicicleta.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na contramão do mundo

Enquanto o mundo vai em direcao à economia de baixo carbono, a ministra Dilma Russef segue a passos largos na contramão. Veja notícia do Estadao online hoje.

Fico impressionada como uma visão absolutamente distorcida de desenvolvimento pode ser ainda tão forte no Brasil.

Uma sociedade saudável

Em seu livro Desenvolvimento na Escala Humana, Max-Neef fala que para alcançarmos uma sociedade saudável, desenvolvimento social e pessoal precisam ser igualmente considerados. Ele diz:

"In fact, there are many models that postpone social development in the name of consumer sovereignty, while overlooking the fact that reducing a person to the mere category of a consumer also impairs the possibilities of personal development. Social and personal development are inseparable. Therefore it would bem unreasonable to expect that one of them may automatically be the consequence of the other. A healthy society should advocate above all the development of every person and the person as a whole." (Max-Neef, 1991)

Ontem encontrei na web, esta entrevista do Programa Milênio da Globo News com o médico John E. Sarno sobre as dores emocionais. Achei uma visão interessante sobre a sociedade saudável, lembrei da citação de Neef e, portanto, divido agora com vocês.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nobel de economia

Hoje o dia teve uma ótima notícia. Elinor Ostrom ganhou, junto com outro economista americano, o nobel de economia de 2009. Mas o que isso quer dizer? Para mim, e creio que para meus outros colegas do mestrado, é uma grande alegria saber que um de nossos principais (e mais complexos) autores tem seu trabalho de 30 anos reconhecido.

Devo ter ouvido o nome de Ostrom no mais tardar em janeiro de 2008 e desde então ela acompanha a gente quase que como um mantra quando pensamos sobre governanca dos recursos naturais. Sem dúvida, ao vê-la hoje, pensei: estamos na direcao certa. Mas essas são apenas impressões relacionadas com a minha experiência pessoal do mestrado. O que interessa mesmo nessa história é o rumo que o nobel de economia tem tomado nos últimos anos.

Se nos anos 70 o prêmo foi concedido ao pensamento liberal de Friedman e Hayek (ainda dominante na escola de economia em Freiburg, onde Hayek lecionou), finalmente ele vem mudando de cara. Exemplo disso foram as premiacoes de Amartya Sen (1998), Joseph Stiglitz (2001) e agora Ostrom em 2009. Enfim parece que os tempos em que a economia convencional, na qual indivíduos racionais buscam apenas maximizar utilidade para si, estão finalmente com os dias contados. No lugar disso, começam a serem reconhecidos pensadores falando sobre informacoes assimétricas, capacidades humanas, e agora Ostrom com sua visao de como acao coletiva pode ser favorecida no gerenciamento dos recursos naturais.

Para quem quer conhecer um pouco mais do pensamento de Ostrom segue o link para um texto dela de 1999 que achei disponível na internet. Viva entao o prêmio nobel de economia 2009 (que nao é na verdade um prêmio nobel como os outros, mas sim em honra do prêmio nobel) e também a primeira mulher a recebê-lo!

E aqui notícia da Folha com Ostrom falando do seu trabalho.

sábado, 10 de outubro de 2009

Janela de casa

Alguma coisa me diz que essa é uma das últimas imagens da colecao "Minha janela em Freiburg". Tirada agora enquanto, entre um mate e outro, tento encontrar a difícil inspiração para seguir escrevendo. Depois da chuva... surgem as cores do outono.

Trégua do outono

Essa semana o outono deu uma pequena trégua na terca e na quarta. Como estes seriam meus últimos dias de Alemanha com chinelo, sol e árvores com folhas, fui até Vauban, o bairro que estudo na minha tese, para tirar algumas fotos. Minha maior sorte ainda foi que o dia de sol coincidiu com o dia de feira. Divido entao algumas com vocês.




quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Reflexoes e leituras

As reflexoes da volta estao por toda parte dentro de mim. Perguntas que nao tem respostas simples e tao pouco imediatas. No meio de tudo isso, o livro de Richard Layard sobre a felicidade pulou sem querer da estante para minha mao. Resolvi reler entao alguns trechos e abaixo divido os dois primeiros parágrafos da conclusao. Tentei traduzir para o Português, mas minhas habilidades de traducao nao andam muito bem. Ficou esquisito e optei por voltar ao original em inglês. Segue entao:

"A society cannot flourish without some sense of shared purpose. The current pursuit of self-realization will not work. If your sole duty is to achieve the best for yourself, life becomes just too stressful, too lonely - you are set up to fail. Instead you need to feel you exist for something larger and that very thought takes off some of the pressure.

We desperately need a concept of the common good. I can think of no nobler goal than pursue the greates hapiness of all - each person counting. This goal puts us on an equal footing with our neighbours, which is where we should be, while it also gives a proper weight to our own interest, since we know about ourselves than anyone else does." (Richard Layard: Hapiness - Lessons from a New Science)