sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Viagem à terra dos Vikings

Sobre a Suécia, minha impressão do país não poderia ter sido melhor. Já na chegada uma atitude diferente no controle de passaporte onde todos os funcionários costumam ser carrancudos. A moca, perguntou se já nos conhecíamos. Eu, sem entender, respondi que não. Ela, sorrindo, mostrou o nome da minha mãe no passaporte (Beatriz) e apontou para o nome dela no crachá (Beatrice). Foi com este bom humor que coloquei meus pés no aeroporto Skavsta, que opera com linhas áreas de baixo custo (Ryanair, Easyjet) e fica a 2h de Estocolmo. No desembarque, me esperava minha amiga Emma com o pai dela. Foi muito bom poder dar um abraço depois de exatos 6 anos sem nos vermos. A Emma trabalho comigo no Café em Londres.

Viagem para Himmeta
Entre o aeroporto e Himmeta, o vilarejo de 900 habitantes onde os pais da Emma vivem, foram 2h horas de viagem. No caminho, as primeiras impressoes do país. Grandes áreas de florestas. O pai dela contou um pouco sobre como as árvores são extraídas e replantadas. Aliás, na Suécia 80% das florestas são certificadas (respeitam normas socioambientais).
Também comecei a ver o cenário típico do interior da Suécia: casas de madeiras distantes umas das outras, com um estilo bastante simples e confortável (fotos no final). Afastadas porque o país possui uma população de apenas 9 milhões de pessoas, o que parece fantástico quando pensamos no que faz aquela terra funcionar tão bem.
Durante a viagem eu e a Emma começamos a colocar os papos em dia, comendo o lanchinho que a mãe dela tinha preparado. Na chegada, tinha almoço pronto nos esperando e muita conversa pela frente. Os pais da Emma conseguem se comunicar bem em inglês e a Emma ajudava quando as palavras faltavam. A recepção foi muito calorosa e ao final do almoço, às 3h da tarde, a luz do dia já ia se despedindo. A luz do dia na Suécia no inverno dura apenas 6h. Como os pais da Emma falaram isso é um grande problema e muitas pessoas do norte sofrem de depressao sazonal, por causa da falta de luz. Há portanto no país várias locais com luz intensa onde as pessoas podem ir para tomar banho de luz.

Vida no interior
A mãe da Emma é professora primária no colégio primário de Himmeta, e o pai dela, um carpinteiro, no mínimo, de mão cheia. Ele construiu boa parte da casa onde eles moram, assim como a maioria dos móveis, sem falar no barco que eles velejam no verão. Fiquei pensando que num país desigual como nosso jamais poderia encontrar um casal de classe média com um hobby tão sofisticado e uma vida tão digna. Digna em todos os sentidos, pois eles caminham todas as manhas com os cachorros na floresta, tomam chá de hortelã plantada no jardim, e comem macas e tomates também da própria horta. Além de nao precisarem de portoes e poderem fechar a casa apenas com uma chave comum na porta.
Conheci as cidades próximas de Köping (17 mil habitantes) e Arboga (primeira capital da Suécia). Dormi muito. Patinei no lago congelado e mesmo com o tombo não me arrependo da experiência.

Natal
Foi ótimo passar meu primeiro Natal longe de casa num ambiente tao familiar e aconchegante. Na nossa ceia (fotos no final) tomei cerveja sueca, licor do país e também Julmust, uma espécie de coca-cola sueca produzido só em ocasiões especiais como Natal (Jul) e Páscoa, e que nestas datas vende mais do que a coca-cola normal. Na hora dos presentes, agradeci com algumas lembrancinhas e ganhei um super par de luvas e gorro e forminhas para preparar os biscoitos de Natal.
Também fui a igreja e consegui entender algumas palavras do sermão, pela proximidade que a língua tem com o alemão. Entendi "o senhor vem", "os anjos cantam" e "haleluia". Além disso quando foi mencionado pepparkokar, o biscoito tradicional de natal que assamos (só assamos mesmo, a massa já estava pronta) também consegui compreender. Eu e a Emma nos olhamos rindo e pensando: "pelo menos alguma coisa além do Tak (obrigado), você consegui aprender". No dia 25, acordamos às 7h30min para tomar café da manha no estábulo com os cavalos. Uma forma de lembrar também como Jesus veio ao mundo e descobrir um pouco mais como a vida no interior da Suécia pode ser encantadora
Longa vida aos suecos e samba aos brasileiros
Entre outras coisas, me deparei também com a longevidade da população. A da Emma tem 92 anos e subia e descia escada como se tivesse 70. Inclusive fiquei sabendo que quando eles completam 100 anos na Suécia, recebem um telegrama do rei. Da vida diária, também consegui também assistir TV sueca. Os filmes têm legendas e som original, diferente da Alemanha. Aqui eles são dublados. Sobre o meu próximo encontro com a Emma, estamos planejando para ela visitar o Brasil com o marido (ele está em uma missao militar fora do país) e com o bebê que está por chegar e daqui a 4 ou 5 anos será já um menino crescido. Nesta viagem, como a Emma reforcou tem que ter samba. Ela disse que aprender alguns passos de samba em Londres com minha amigas há alguns anos atrás foi a ocasiao em que ela mais riu na vida.
PS: Ronaldo, ainda não criei o flirck, mas seguem algumas fotos abaixo para sua maior alegria.


Julmust

Pepparkokar


Ceia de Natal


Lago congelado


Casa da família da Emma

3 comentários:

Anônimo disse...

essa julmust, as peperkokar e aquela visual... que "diliça"!! tem como a emma me mandar uma fornada daquelas, por favor? aqui em SP anda chovendo mto e tenho certeza que elas combinam com um bom chimas e filme. :-) hehehehehe. saudades tuas, guria! (countdown)

Ali disse...

Gabi, tu teve aqui pertinho! Vamos marcar de nos ver, certo? Como que tu faco pra chegar ai se pegar um voo ate Frankfurt?
:-)
que saudade de ti!
Ali

Unknown disse...

Opah... essas já estão bem legais!
É impressão minha tinha um cachorro embaixo da mesa?

Beijos...